Prisma Fit
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Duas sessões de exercício físico por semana já traz benefícios no controle da glicemia?

3/24/2010 04:28:00 AM

Foi o que concluiu um estudo publicado em fevereiro de 2010 na revista cinetífica J Endocrinol Invest. Duas sessões semanais de exercício combinado aeróbio com musculação são suficientes para gerar efeitos benéficos em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e síndrome metabólica segundo pesquisadores italianos.

Participaram do estudo oito voluntários DM2 que foram submetidos durante um ano a um programa de exercício que consistia em duas sessões semanais de 140 minutos de treinamento combinado (aeróbio com intensidade de 55 - 70% do VO2max) e treinamento de musculação em circuito (em 60-80% de 1 RM).

Os resultados mostraram que o treinamento melhorou significativamente VO2max (de 33,5 ± 3,8 para 38,2 ± 3,5 mmiriaml / kg / min, p = 0,0085) e a força muscular (p <0,05). Ocorreu redução de 0,45% da HbA1c (p = 0,0084), da glicemia de jejum (de 8,8 ± 1,5 para 6,9 ± 2,2 mmoli / l, p = 0,0132), da circunferência da cintura (de 98,9 ± 4,8 para 95,9 ± 4,6 cm, p = 0,0054), do peso corporal (de 87,5 ± 10,7 para 85,7 ± 10,1 kg, p = 0,0375), pressão arterial sistólica (de 137 ± 15 para 126 ± 8 mmHg, p = 0,0455), colesterol total (de 220 ± 24 para 184 ± 13 mg / dl, p = 0,0057), e de colesterol LDL (de 150 ± 16 para 105 ± 15 mg / dl, p = 0,0004).

Este estudo sugere que a frequência de duas vezes por semana de exercício combinado é suficiente para melhorar o controle da glicose e vários outros parâmetros (circunferência da cintura, peso corporal, pressão arterial sistólica, colesterol total) relacionados ao aumento do risco cardiovascular em indivíduos com DM2.

Se você não tem tempo para fazer três ou mais vezes por semana de exercício fique tranquilo pois duas vezes já é suficiente!

VO2max- consumo de oxigênio máximo, este consumo está relacionado com o condicionamento aeróbio, quando está abaixo de 35 ml / kg / min o indivíduo é considerado sedentário.
HbA1c- hemoglobina glicada, reflete a média das glicemias nos últimos 90 dias
DM2- diabetes mellitus tipo 2
RM- repetição máxima, é um teste feito para determinar a carga de treinamento na musculação

Fatone C, Guescini M, Balducci S, Battistoni S, Settequattrini A, Pippi R, Stocchi L, Mantuano M, Stocchi V, De Feo P.TWO WEEKLY SESSIONS OF COMBINED AEROBIC AND RESISTANCE EXERCISE ARE SUFFICIENT TO PROVIDE BENEFICIAL EFFECTS IN SUBJECTS WITH TYPE 2 DIABETES MELLITUS AND METABOLIC SYNDROME.J Endocrinol Invest. 2010 Feb 5.


* Conteúdo exclusivo do http://www.portaldiabetes.com.br/ 




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Efeitos cardíacos agudos após correr uma maratona.

2/28/2010 05:47:00 AM


Um estudo publicado em fevereiro de 2010 busca esclarecer a importância da disfunção cardíaca e avaliar sua relação com biomarcadores elevados em indivíduos saudáveis, de meia-idade, imediatamente após a execução de 26,2 milhas por ressonância magnética cardiovascular. 

Disfunção cardíaca e marcadores sanguíneos elevados de lesão do miocárdio têm sido relatados após o exercício extenuante prolongado. Participaram do estudo 425 voluntários, 13 mulheres e 12 homens foram escolhidos aleatoriamente e foram submetidos a teste de esforço cardiopulmonar até a exaustão. Biomarcadores sanguíneos, ressonância magnética cardiovascular e 24-horas de eletrocardiografia ambulatorial foram realizadas 4 semanas antes e imediatamente após a corrida. 

Os resultados mostraram que os participantes (com média de idade de 38,7 + / -9,0 anos) tiveram o consumo de oxigênio basal pico de 52,9 + / -5,6 ml / kg / min, e completaram a maratona em 256,2 + / -43,5 minutos. A troponina I e peptídeo natriurético B aumentaram após a corrida, P = 0,001 e P <0,0001, respectivamente. A fração de ejeção ventricular medida por ressonância magnética cardiovascular pré e pós-maratona foram semelhantes, 57,7 + / -4,1% e 58,7 + / -4,3%, respectivamente, P = 0,32. O índice de volume atrial direito aumentou de 46,7 + / -14,4 a 57,0 + / -14,5 mL / m (2), P <0,0001. Da mesma forma, o índice de volume sistólico final do ventrículo direito aumentou de 47,4 + / -11,2 para 57,0 + / -14,6 mL / m (2) (P <0,0001) enquanto que a fração de ejeção do ventrículo direito diminuiu de 53,6 + / -7,1 para 45,5 + / -8,5%, P <0,0001. 

Não houveram alterações morfológicas observadas no átrio esquerdo ou ventrículo nem evidência de lesão isquêmica a qualquer câmara. Não foram observada arritmias significativas. A participação em maratona provoca a dilatação do átrio direito e do ventrículo direito, diminuição da fração de ejeção do ventrículo direito, liberação de troponina I e peptídeo natriurético tipo B, mas não parece resultar em lesão isquêmica a qualquer câmara.


Trivax JE, Franklin BA, Goldstein JA, Chinnaiyan KM, Gallagher MJ, Dejong AT, Colar JM, Haines DE, McCullough PA.Acute Cardiac Effects of Marathon Running. J Appl Physiol. 2010 Feb 11. [Epub ahead of print]
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Por que você não faz exercício?

2/26/2010 05:53:00 AM


Você sempre encontra desculpa para não se exercitar? Um estudo publicado na revista científica Health Promotion International em 2009 teve como objetivo avaliar as barreiras ao exercício regular entre adultos com alto risco ou já diagnosticados com diabetes tipo 2 (DM2), devido à importância do exercício na prevenção de DM2.

O aumento do número de adultos sedentários é uma das razões para elevação contínua da prevalência de diabetes tipo 2. número total de pessoas com diabetes é estimada de 171 milhões em 2000 para 366 milhões em 2030 (Wild et al., 2004). Esta previsto pandemia de diabetes o que significa que centenas de milhões de pessoas estão em alto risco de desenvolver DM2. Alterações no estilo de vida tais como o exercício regular, hábitos alimentares saudáveis e perda de peso são importantes na prevenção de DM2.

O exercício melhora a sensibilidade à insulina e, portanto, impede o desenvolvimento de diabetes (Swartz et al., 2003; Yamanouchi et al., 1995), além de trazer diversos benefícios para a saúde de indivíduos já diagnosticados com diabetes (Albright et al., 2000).

Uma questão importante que precisa ser respondida é como motivar os adultos sedentários a se exercitarem regularmente?

Barreiras percebidas para o exercício são importantes e a identificação de tais fatores favorece identificação de soluções focando mais nos benefícios do que nos obstáculos ou inconvenientes (Nagelkerk et al., 2006). Esta informação é necessária para desenvolver campanhas de incentivo a prática do exercício e aconselhamento efetivo.

O objetivo do estudo destes pesquisadores finlandeses foi avaliar o que se sabe sobre os obstáculos ao exercício regular seja entre os indivíduos com alto risco ou aqueles já diagnosticados com DM2.

Os principais obstáculos verificados foram:

Falta de tempo
Relutância em ir até a academia fazer exercício por causa do tempo
Períodos de espera na academia
O exercício é um exercício de baixa prioridade não é importante, interessante
Preguiça
Falta de motivação
Objetivos a curto prazo já alcançados ou a longo prazo inalcançáveis
Alguma coisa boa na televisão ou outros planos com os amigos
Falta de energia
Não gostar de exercício
Exercício aumenta a transpiração
Exercício "faz-me sentir desconfortável
Desconforto físico do exercício
Muito acima do peso para o exercício
Percepções e experiências da doença e de problemas de saúde física
Problemas de saúde
Medo da hipoglicemia
Indisposição
Dor
Saúde insuficiente
A dor física causada pelo exercício
Doenças coexistentes
Sentindo-se mal psicologicamente
Depressão
Cansaço
Timidez
Indisponibilidade para o exercício com as pessoas que não têm diabetes tipo 2
Falta de motivação
Perda do emprego, mudar, ter filhos, o desenvolvimento de diabetes, mudança do emprego, casar, separando do companheiro, sair de casa
Situação de vida estressante
Falta de cuidados infantis
Cuidar de crianças / netos
Ocasiões especiais
Responsabilidades sociais
Assuntos da família
Dificuldades em casa
Falta de lugar seguro para o exercício
Má iluminação da rua
Medo e vergonha (por não estar familiarizado com os locais, vizinhança e dificuldades de comunicação)
Preocupando-se com lesão
Falta de apoio da família
A falta de apoio social
Falta de aconselhamento médico sobre o exercício
Falta de conhecimento pessoal
Falta de local conveniente para o exercício
Falta de instalações
Dificuldade em participar no exercício
Falta de acesso ao exercício, as instalações ou equipamentos
Barreiras ambientais, tais como o tráfego
A falta de calçadas apropriadas
Instalações ruins de iluminação pública e local inseguro
Falta de transporte
O custo do transporte (caro)
Falta de instalações culturalmente sensíveis
Tabus religiosos e culturais
Relutância em exercício nas quintas-feiras por causa das obrigações com a igreja
Condições meteorológicas

Como conclusão os autores sugerem ser importante para ajudar os adultos com alto risco ou já diagnosticados com diabetes tipo 2 identificar as barreiras para o exercício regular e propor soluções para estes problemas. Para alcançar este resultado é preciso desenvolver o conteúdo e métodos de aconselhamento. São necessárias mais pesquisas na área devido a necessidade de intensificar o aconselhamento e melhorar a sua eficácia.

Os autores no texto foram citados por Korkiakangas EE, Alahuhta MA, Laitinen JH., 2009

Health Promot Int. 2009 Dec;24(4):416-27. Epub 2009 Sep 30. Review.

* Conteúdo exclusivo do http://www.portaldiabetes.com.br/
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Ver televisão aumenta o risco de morte?

1/23/2010 12:19:00 PM


Em excesso sim! Esta foi a conclusão de um estudo australiano publicado na revista científica “Circulation” em janeiro de 2010. O tempo gasto vendo televisão, lazer comum entre os brasileiros, está associado com marcadores de risco cardiovascular. 


Foram examinadas associações do tempo prolongado vendo televisão com diversas causas de morte (incluindo ou não doenças cardiovasculares e câncer) durante 6,6 anos. Participaram como voluntários da pesquisa adultos com idade igual ou superior 25 anos do estudo australiano “Obesity and Lifestyle Study (AusDiab)”. 


Durante o acompanhamento de 58.087 pessoas-ano, houveram 284 mortes (87 óbitos por doenças cardiovasculares e 125 mortes por câncer). Foram avaliadas pessoas que assistiam 1h, 2h e acima de 4 horas de televisão por dia. As pessoas que ficavam mais tempo em frente a TV tiveram aumentado o risco de mortalidade seja por doença cardiovascular, câncer ou até mesmo sem associação com estes fatores.


Por este motivos os autores do estudo sugerem incentivo a prática regular de exercícios físicos e diminuição do tempo em frente a TV.


Dunstan DW, Barr EL, Healy GN, Salmon J, Shaw JE, Balkau B, Magliano DJ, Cameron AJ, Zimmet PZ, Owen N. Television Viewing Time and Mortality. The Australian Diabetes, Obesity and Lifestyle Study (AusDiab).Circulation. 2010 Jan 11.
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Exercício Físico, Diabetes e Alzheimer

12/22/2009 05:58:00 AM



22/12/2009 - Portal Diabetes   


A associação de diabetes mellitus tipo II com doença de Alzheimer tem recebido atenção considerável nos últimos anos. Foi publicado na revista online da Sociedade Brasileira de Diabetes em setembro de 2009, uma hipótese para essa associação a partir de uma perspectiva evolucionária, com ênfase na interação entre o exercício físico e função cognitiva. O autor do estudo é o professor Gilberto Ney Ottoni de Brito, atualmente pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz e professor associado da Universidade Federal Fluminense.

Considerando a importância do tema irei abordar os principais pontos da hipótese levantada por Brito que apresenta a associação entre exercício físico, diabetes mellitus tipo II e doença de Alzheimer.


Existe uma estreita interação entre a atividade física/exercício físico e função cognitiva, mas o sedentarismo comumente observado nas sociedades modernas, provocou uma ruptura da relação evolutiva do exercício e da função cognitiva. O estilo de vida inativo produz características metabólicas de diabetes tipo 2 que no cérebro, durante um prolongado período de tempo, podem levar a neuropatologia do Alzheimer. 


O diabetes tipo 2 e o Alzheimer são usualmente verificados na população idosa em todo o mundo. A prevalência de diabetes tipo 2 em pessoas com mais de 65 anos nas sociedades ocidentais é cerca de 8,5% [1] e o valor correspondente para Alzheimer é de cerca de 30,0% para indivíduos com 80 anos
 [2]. O diabetes com o passar dos anos pode causar lesão no cérebro e desencadear o aparecimento de características neuropatológicas do Alzheimer.

A atividade física provoca alterações neurobiológicas que trazem um impacto positivo na função cognitiva tanto em jovens quanto em idosos. Além disso, o exercício melhora a memória e associa-se a redução do risco de demência [26].


O exercício induz mudanças não apenas no cérebro, mas também no músculo esquelético. Tem sido demonstrado que o nível de atividade do músculo esquelético, que se contrai durante o exercício físico, aumenta o transporte de glicose para dentro da célula. É provável que mudanças similares também ocorram no cérebro. Foi relatado que a combinação de treinamento de resistência (musculação) e treinamento aeróbio (caminhada ou bicicleta) fornece melhor controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2 quando comparado com apenas um tipo de treinamento sozinho
 [29]. Este estudo foi citado em um artigo anterior publicado em nosso site Portal Diabetes.

Pode-se concluir que o exercício/atividade física estão associados com significativas mudanças no cérebro e no músculo esquelético, tendo um impacto positivo na função cognitiva.


A falta de atividade física, tão típica na sociedade moderna tem provocado uma ruptura na delicada harmonia metabólica do músculo esquelético e da função neural que permitiu a evolução de nossas excelentes capacidades cognitivas e, portanto, o sucesso de nossa espécie. É esta ruptura que o sedentarismo provoca na relação evolutiva entre a função do músculo esquelético sob a forma de exercício e função neural na forma de cognição.


A hipótese apresentada no artigo de Brito tem implicações significativas para esforços direcionados na prevenção das conseqüências metabólicas de um estilo de vida sedentário. O autor sugere que políticas públicas de saúde devam combater vigorosamente a epidemia de obesidade em crianças, adolescentes e adultos. A atividade física deve ser incentivada nos currículos escolares, como se fosse uma disciplina importante, não apenas devido aos seus efeitos sobre o metabolismo, mas também devido ao seu impacto no desempenho acadêmico, como discutido anteriormente. Além disso, a atividade física também deve ser incentivada na comunidade a fim de manter a harmonia entre o músculo esquelético e a função do cérebro e, assim, evitar o prejuízo cognitivo na fase tardia da vida.

* Os números citados no texto correspondem as referências utilizadas pelo autor. Para acessar as referências clique 
aqui.

Brito GN. 
Exercise and cognitive function: a hypothesis for the association of type II diabetes mellitus and Alzheimer's disease from an evolutionary perspective. Diabetol Metab Syndr. 2009 Sep 18;1(1):7.
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Estudo prospectivo sobre o ganho de peso nas festas de fim de ano

12/19/2009 03:11:00 AM


O ganho de peso nas festas de fim ano pode levar o indivíduo a obesidade? Um estudo sobre o efeito das festas de fim de ano no peso corporal foi publicado há alguns anos atrás em uma conceituada revista científica (The New England of Journal Medicine). Como é comum se afirmar nos EUA que as pessoas ganham em média 2,3kg durante o período de férias entre natal e ano novo o objetivo do estudo foi estimar a variação real de peso em 195 adultos.


Os indivíduos foram pesados quatro vezes em intervalos de seis a oito semanas, de modo que a mudança de peso foi determinada em três períodos: Pré holiday (a partir do final de Setembro ou início de Outubro até meados de Novembro), Holiday (a partir de meados de Novembro até o início ou meados de Janeiro), e Post holiday (de início ou meados de Janeiro até o final de Fevereiro ou início de Março). A última medida do peso corporal foi obtida em 165 indivíduos em Setembro ou Outubro do ano seguinte.


Os resultados do estudo verificaram que o peso corporal aumentou significativamente durante o período de férias (ganho, 0,37 ± 1,52 kg, P <0,001), mas não durante o período Pre holiday (ganho, 0,18 ± 1,49 kg, P = 0,09) ou o período Post holiday (perda, 0,07 ± 1,14 kg, P = 0,36). Em comparação com o peso no final de Setembro ou início de Outubro, os participantes do estudo tiveram um ganho de peso líquido médio de 0,48 ± 2,22 kg no final de Fevereiro ou Março (P = 0,003). Entre Fevereiro e Março e o próximo mês de Setembro ou início de Outubro, não houve mudança significativa adicional de peso (ganho de 0,21 kg ± 2,3 kg, P = 0,13) para os 165 participantes que retornaram para acompanhamento.


Concluiu-se que o ganho de peso médio de férias é menor do que comumente afirmado. Entretanto pode-se relacionar que o ganho de peso nesta época do ano pode contribuir para o aumento de peso que ocorre frequentemente na fase adulta.


Yanovski JA, Yanovski SZ, Sovik KN, Nguyen TT, O'Neil PM, Sebring NG.A prospective study of holiday weight gain.N Engl J Med. 2000 Mar 23;342(12):861-7.
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